Engarrafando Estrelas


Engarrafei estrelas e me embriaguei na constelação das noites.  E o meu delírio não terminou aí, pois continuei absorvendo-as no café da manhã em forma de champanhe, deixando que a mais delicada sensação que eu já havia provado, fizesse cócegas no meu humor.
Pode-se morrer a qualquer instante, no meio de um dia qualquer, de um pensamento qualquer. Caso aconteça com alguém que conhece, sinta a dor, não a disfarce, ela precisa ser consumida. Trague-a feito cigarro, vendo o fogo chegar cada vez mais perto de você, até que por falta de combustível se apague. Quando o ritual do adormecimento passar, poderá perceber que a perda resultou apenas em mais uma estrelinha voltando ao seu lugar de origem. Aceite.
Só nos cabe sermos  observadores dos sentimentos e dos comportamentos, pouco depende de nós, do que venhamos a fazer, afinal cada um tem o seu destino, é o que é;
Se já foi amado um dia, sinta-se uma das pessoas mais especiais que já existiu, sinta-se privilegiado. Não é fácil amar alguém, entender ou pelo menos aceitar - poucos são os preparados. Caso não tenha dado certo e viu esse amor se perder, nem assim se arrependa -  de que vale arrependimento se houve felicidade? Estrelas dão eternidade às nossas lembranças e hipnotizados até deixamos que nos roubem o pouco de sanidade. 
Caso o amor ainda não tenha chegado, quem sabe numa próxima curva do destino, num rabo de cometa, você pegue carona.
Uma coisa eu digo, se tiver que se arrepender por algo um dia, que seja por ter ignorado estrelas.
do livro em andamento 


 

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